quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Uma noite no museu - fantasmas Imperiais


Aproveitando o clima do halloween, nada melhor que uma historinha de fantasmas.
Reza a lenda que fantasmas do Império assombram visitantes e funcionários do antigo palácio, hoje Museu Nacional, na Quinta da Boavista. Um dos mais famosos é o da primeira esposa de Pedro I, a Imperatriz Leopoldina. Antes mesmo de virar assombração, Leopoldina já tinha arrepiado muitos cabelos nos idos do Oitocentos por conta de sua morte misteriosa em idade jovem. A tragédia teria ocorrido devido a uma queda logo após uma briga com o marido, onde teria sido humilhada diante da rival, Domitila. O episódio da morte é um mistério, mas muitos pesquisadores acreditam que a mulher – que estava grávida – teria sido agredida fisicamente por Pedro I e, logo depois, rolado as escadas do Paço Imperial. Seu fantasma ainda vaga pelos corredores do Museu Nacional e inclusive ajudou em novas descobertas acadêmicas.
Pelo menos é o que conta Regina Dantas, que viu Leopoldina com os próprios olhos, em 1998: “As pessoas têm medo de andar pelo palácio. Mas naquele dia, fui ao banheiro sozinha e, no trajeto de volta, vi um vulto que parava e ficava olhando para trás. Com um vestido branco. Aí eu acelerei, podia ser uma pessoa. Quando virei uma curvinha para continuar seguindo a mulher, ela desapareceu no corredor comprido. Corri de volta para a minha sala e percebi: eu vi a Leopoldina”. Na ocasião, Regina fazia uma pesquisa com cinco estagiários sobre um suposto museu dentro da casa de Pedro II, buscando de que maneira teria surgido a mania de coleções do segundo imperador. Após ver a Imperatriz pelos corredores do museu, uma ideia se acendeu em sua cabeça como uma lâmpada: “Comecei a investigar a mãe e percebi que a mania de colecionismo do Pedro II vinha mesmo dela”.
Os eventos bizarros que ocorrem no museu não param por aí. Certa vez, um historiador tirava fotos pelos corredores do palácio para saber mais sobre as fantasmagóricas aparições. E eis que, aos pés da escada onde Leopoldina teria rolado, fotografou uma coisa estranha: uma fumaça. Seria novamente o vulto da Imperatriz? Muitos acreditam que sim.
O vigia do Horto, na Quinta da Boa Vista, é um deles. Seu Eurico ouvia todas as noites um barulho de máquina de escrever quando fazia sua ronda, nos tempos que trabalhava no Museu Nacional. Apesar de investigar a origem do barulho por todos os cômodos em que passava, jamais achou o cidadão que digitava no aparelho madrugada a dentro. Quando soube da história de fantasmas que vagavam pelo antigo Paço, logo captou o recado: era uma máquina de escrever mal assombrada. Resultado: pediu afastamento do Museu e hoje trabalha em outra região da Quinta, a salvo dos fantasmas imperiais.

Pós-graduado em História, o arquiteto Milton Teixeira lembra que os relatos das aparições de Leopoldina começaram no Império. No livro "A imperatriz Leopoldina - sua vida e sua época", o autor Carlos Oberacker conta que D. Pedro I teria visto a imagem da falecida mulher numa festa no palácio. Na visão, Leopoldina - que morreu aos 29 anos, grávida e deprimida com as traições do marido - estava triste.
- D. Pedro ficou tão apavorado que foi correndo para o quarto chorar - conta Milton Teixeira, que promove tour aos prédios mal-assombrados.

Fonte Revista de Historia da Biblioteca Nacional


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sábado é dia de feira

"As feiras são fenômenos econômicos sociais muito antigos e já eram conhecidas dos Gregos e Romanos. Entre os Romanos, por causa das implicações de ordem pública que as feiras tinham, estabeleceu-se que as regras de sua criação e funcionamento dependiam da intervenção e garantia do estado. O papel das feiras tornou-se verdadeiramente importante a partir da chamada revolução comercial, ou seja, do século XI. Daí em diante, seu numero foi sempre aumentando até o século XIII." 

Enciclopédia Luso-Brasileira - 1995, Vol. 8 pg. 502) 

Chega de explicação, quem mora ou já morou algum dia em Braz de Pina sabe bem o que é uma feira livre. Faz parte da historia desse bairro. Alo Dona Maria não esquece de passar na barraca do pastel.






































sábado, 20 de outubro de 2012

A Moreninha de Paquetá

Em 1843, Joaquim Manuel de Macedo escreveu o romance "A Moreninha", que é considerado o iniciador do "romantismo" na literatura brasileira. O livro se tornou um grande sucesso e muitos acreditam que a estória poderia ser real, ter realmente acontecido na Ilha de Paquetá, o que a tornou nacionalmente conhecida. Até onde vai a fantasia, até onde vai a realidade?


Macedo era estudante de medicina quando escreveu o livro. O romance foi um grande sucesso, e se tornou um dos livros mais lidos de todos os tempos no Brasil. O livro só foi equiparado ou talvez superado por "O Guraraní", escrito por José de Alencar. Tanto Macedo como Alencar se tornaram nomes muito conhecidos à sua época e também nos dias de hoje. Macedo abandonou posteriormente a medicina, foi deputado, e se tornou inclusive amigo próximo da familia do Imperador Pedro II, tendo lecionado para os filhos do mesmo.

Segundo o escritor e também antigo morador de Paqueta, Vivaldo Coracy, e também autor de um livro sobre a ilha, não existe certeza absoluta que a estória se passe em Paquetá, ou que algum dos personagens tenham existido de verdade em Paquetá. Existem apenas suposições acerca disso.
Entretanto, pelo que se pode entender, Paquetá se encaixa na estória como sendo a Ilha descrita pelo autor, de forma fantasiosa ou com similaridades reais descritos no livro em questão.
Já existiram boatos ou vagas hipóteses que a estória poderia ter sido inspirada em alguma moça que morou na ilha. Talvez o escritor, quando escreveu o romance, evitou citar o local nominalmente para evitar associações com pessoas ou provocar polêmicas. E talvez a moreninha, transformada em personagem, tenha existido de fato e vivido na Ilha.


Parque Temático deu nome à Pedra e Praia da Moreninha

Nos início dos anos da década de 1940, uma área pública de Paquetá, que foi uma chácara, abrangendo o Morro de São Roque onde situa-se a assim chamada Pedra da Moreninha (antigamente chamada de pedra do Itanhangá), juntamente com a área da praia também chamada nos dias de hoje de Praia da Moreninha (antigamente chamada de Praia do Itanhangá), foi arrendada à um empresário para exploração como balneário, parte de um projeto que incluiu um hotel e um parque de diversões.
Com intuito de "marketing" ou propaganda com fins comerciais, o empresário deu nome à esta chácara de "A Moreninha", divulgando assim a Ilha como cenário para o romance. Alguns anos depois este contrato de arrendamento foi extinto, e área voltou ao poder público.
A Pedra da Moreninha é ponto alto de onde se tem uma bela vista do mar e parte da orla de Paquetá. Mas seria praticamente impossível ser um ponto alto ou local onde a moça da história subia para ver a chegada de alguém à distância como descrito no livro. A Pedra é muito ingreme e não tem o acesso facilitado por escadas e e uma ponte de madeira como fizeram posteriormente, ao transforma-la em ponto turístico.
 
 
                                                Subida para a pedra da Moreninha

                                                 A Vista que se tem de cima da pedra  

                                                               A praia da Moreninha

A Moreninha na TV e no cinema

Dois filmes foram feitos sobre o livro A Moreninha, um de 1915 e outro com Sônia Braga de 1970, ambos com o nome de A Moreninha.
O filme de 1915 é do tempo do cinema mudo, e não há informação  se utilizaram Paquetá como cenário.
Quanto ao filme de 1970, a Ilha de Paquetá foi utilizada como cenário.
Duas telenovelas também foram produzidas, uma com Marília Pêra em 1965 e outra com Nívea Maria em 1975.
Existem muitos registros e fotos da ultima telenovela produzida pela Globo, e a Ilha de Paqueta foi o cenário da telenovela de 1975 com Nívea Maria. Na novela de 1965, também foram feitas cenas externas em Paquetá.

                                          David Cardoso e Sonia Braga no filme de 1970

                                       Marilia Pera na novela de 1965 da novata Tv Globo

                                          Nivea Maria e Mario Cardoso na versão de 1975  

Fontes:
wwwriodejaneiroaqui.com 
Blog para recordar novelas e famosos
Blog astros em revista
Wikipedia


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Forte de Nossa Senhora da Gloria de Campinho


Muralha fortificada 

O Rio de Janeiro de modo particular foi sempre, desde a conquista do Brasil pelos portugueses, uma preciosidade natural cobiçada pelos europeus, em especial os franceses. Desde a invasão de Villegaignon, em 1555, com a tentativa de fundar em solo carioca a Franca Antártica, a cidade do Rio de Janeiro, ao longo da entrada e orlas da Baía de Guanabara, foi fortificada com defesas expressivas e, algumas de grande porte, como os fortes de Santa Cruz, da Lage, de São João, de São Thiago, de Graquatá, etc.
Após a invasão do Rio de Janeiro pelos corsários franceses Jean Francois Duclerc, em 1710 e Duguay-Trouin, este que, em 1711 traumatizou a população, foi que os governadores começaram a se preocupar com a fortificação da cidade pelo seu interior.
Em 1710, Duclerc, não conseguindo invadir o Rio, adentrando à Baia de Guanabara, dada a pronta resistência das baterias dos seus fortes, retrocedeu e foi desembarcar em Guaratiba. Daí marchou, quase sem atropelo, até ao centro da cidade onde, finalmente foi derrotado, preso e, posteriormente morto, graças á resistência da própria população, e dos soldados (cf. Fragoso, 2004).
O Terceiro Vice-Rei do Brasil, Marquês do Lavradio (1769-1779), deu início à construção de fortes, fortins e baterias, começando por Guaratiba e Sepetiba. Em 1775, por exemplo, foi construído o Fortim de Sernambetiba (Pontal de Sernambetiba), com duas baterias. Em seguida ergueu o Fortim de Itapoã, em Jacarepaguá e outros na Barra da Tijuca, no desfiladeiro da Serra do Matheus e no percurso Grajaú-Jacarepaguá (cf. Souza, 1885)
Logo no início do Iº Reinado foi construído o Forte de N. S. da Glória do Campinho. Dele nos fala e ilustra até com um desenho, a viajante e inglesa Maria Graham em seu “Diário de Viagem”(1956), quando de passagem, numa viagem de retorno a Santa Cruz, em 1821. O forte estava então começando a ser construído. Diz ela, no dia 23 de agosto, um bonito sábado de 1821: “... tivemos ensejo de admirar o campo em torno do Campinho, ... distinguindo-se por um novo forte de barro, agora em construção, num outeiro isolado que domina a estrada para a capital, através de morros e da planície.”
E, justificando a sua construção:
A falta de um tal ponto de defesa foi sentida quando Duclerc desembarcou na Baía de Angra dos Reis, no começo do último século e marchou, sem parar, para a cidade”.
Sobre o Forte de Campinho, o historiador Coronel Augusto Fausto de Souza registrou, em 1885:

Na estrada Geral de Santa Cruz, a 11 milhas da cidade, sobre uma colina, próxima ao cruzamento das estradas do Campo-Grande e de Jacarepaguá, foi construído, em 1822, o Forte de N.S. da Glória, armado com 9 bocas de fogo, e auxiliado por outras assestadas nas montanhas fronteiras, dominando essas estradas e a de Irajá, onde é hoje o Largo do Madureira. Posição estratégica de valor por estar entre um contraforte da Serra do Andarahy e as montanhas de Irajá, em uma espécie de desfiladeiro, dominando as duas estradas e servindo de guarda avançada deste lado da cidade, foram, tanto o forte como as baterias auxiliares desarmadas em 1831, sendo, no lugar do forte, estabelecido, desde 1852, o Laboratório Pirotécnico do Exército.”
Desenho do forte do Campinho - Maria Graham 1823

Portanto, este forte funcionou de 1822 a 1831, quando foi desarmado, juntamente com as baterias assestadas nos morros ao seu redor. Em 1852, ele foi transformado em Imperial Laboratório Pirotécnico do Exército. No Arquivo do Ministério da Guerra (AHEx) foi encontrado um “Mapa do Terreno ocupado pelo Laboratório de Campinho”, datado de 1867, no qual está representado o terreno, sem indicação de edificações, mostra as diversas chácaras da época, assinalando várias construções, a indicação de um cemitério e ruas já existentes naquela época: as atuais ruas Maria Lopes e Domingos Lopes.
Na Biblioteca Nacional encontram-se duas plantas: uma do forte em pontas, que coincide com o desenho de Maria Graham e com a descrição de Augusto Fausto de Souza (“9 bocas de fogo”) e outra do Forte e dos terrenos ao seu redor, posicionados em relação à Estrada Real, atual Av. Ernani Cardoso. Ambas as plantas estão assinadas pelo projetista prussiano e engenheiro militar Rudolph Waehneldt, o mesmo que assina os projetos dos edifícios do Laboratório, em 1851.
Imperial laboratório pirotécnico 1851

No Arquivo do Exército há plantas baixas e de fachadas dos edifícios, datados de 1851, portanto, no início da transformação do forte em Imperial Laboratório Pirotécnico. Grande coincidência e muito curioso é a planta baixa da Fábrica de Espoletas: um edifício medindo mais ou menos 36 metros de comprimento por 7 de largura, que o próprio Rudolph projetou e indicou sobre a Planta do Forte do Campinho, por ele reproduzida, com certeza a partir de alguma original. Ele também poderia ter feito uma nova planta, baseado no forte ainda existente. A planta está legendada em alemão e com escala em palmos. Este edifício está localizado no topo do antigo forte, e coincide com a atual ala existente denominada “Recanto 3º Esquadrão”, cujas paredes externas medem aproximadamente 60 cm de espessura. Paralelo a este edifício, com afastamento de uns 14 metros, formando um pátio interno, foi construído uma outra ala mais recente com as mesmas dimensões, porém, com paredes de espessura menor. As duas alas se interligam numa extremidade com um edifício, que seria uma antiga entrada desta unidade, dando ao conjunto a aparência de um portal. Outro edifício existente, parecido com a antiga Forja - a ser confirmado - faz parte do conjunto dos refeitórios e cozinha.

Depois da fase de Imperial Laboratório Pirotécnico e, mais tarde, já na República, simplesmente Laboratório Pirotécnico do Exército, que terminou no início do século XX, o local passou a sediar: o Quartel do Regimento Moto – Mecanizado, o Núcleo da Companhia de Comunicações da Divisão Blindada do Exército e outros regimentos. Finalmente, a área do antigo Forte N. S. da Glória do Campinho foi ocupada pelo 15º RC-Mec (Regimento de Cavalaria Mecanizada), até 2005, quando foi permutada pelo Exército com uma empresa privada de São Paulo.

Antigo almoxarifado do 5º regimento de cavalaria
Canhão de 1826
 
Pavimentação em pé de moloque
 
Escavações arqueológicas em 2007
 Fonte:
 http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/proj_forte_nsgloria_campinho.shtm

Sobre o forte vejamos o que diz o fotolog da Zona Norte - 
http://fotolog.terra.com.br/znorte:387



Em 6/08/2010, às 23:01:47, Irajá disse:
Na foto, em primeiro plano é uma porta d’armas que existiu um pouco mais atrás da que era do 15º Regimento de Reconhecimento Mecanizado, e que foi demolida junto com os pavilhões de alojamentos. Logo a seguir esta a escadaria do forte propriamente dito, e que ainda esta lá intacta, bem como os pavilhões que aparecem sobre a colina. Este conjunto encontra-se encoberto de visão da Av. Ernani Cardoso por arvores que foram plantadas na meia encosta muito tempo após a foto. É o conjunto arquitetônico na colina, por ser o verdadeiro forte, o objeto de tombamento, e em nada foi afetado pelo decreto de liberação de imóveis para a demolição por obras do T5. O Condomínio dos Girassóis que seria construído no entorno da colina foi embargado pelo Município. O tombamento do Forte de N. S. da Gloria esta em processo no IPHA, sendo portanto de ação Federal. Os imóveis liberados estavam em tombamento provisório, e ainda sem inscrição, no Município do Rio de Janeiro. Nenhuma ameaça há ao Forte a não ser que os incorporadores do Girassóis possam alcançar algum ganho de causa contra o embargo. É torcer para que a justiça confirme a decretação do embargo e a anulação do processo de venda do terreno.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Santuario da Medalha Milagrosa

Sobre uma pequena colina na Tijuca, o Santuário da Medalha Milagrosa foi fundado em 1955 pelas irmãs vicentinas mais conhecidas como Irmãs da Caridade.
E caridade é o que não faltou por parte dos amigos e devotos de Nossa Senhora das Graças. Na época contribuições e trabalhos comunitários foram feitos a fim de levantar recursos para a construção daquele que seria o primeiro santuário no Rio de Janeiro dedicado à Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.
A idéia da construção do santuário dedicado à Mãe de Deus foi motivada pela canonização da vidente e irmã de caridade Catarina Labouré em 1947.
Tudo começou com uma pequena arrecadação de 50 cruzeiros numa Kermesse organizada pelas irmãs de caridade. Logo, em seguida, surgiram campanhas, como a "Campanha do Tijolo" com os seus 1000 amigos, as festas comunitárias, enfim doações espontâneas e generosas de fiéis que queriam concretizar a construção do belo Santuário da Medalha Milagrosa.
A pedra fundamental foi lançada aos 26 de junho de 1949 com a presença do cardeal do Rio, na época, D.Jaime Câmara. Foram necessários seis anos para concluir as obras do Santuário dedicado a Virgem da Medalha. A inauguração foi no dia 18 de julho de 1955 com uma solenidade majestosa.
Todos os anos milhares de fiéis vão ao Santuário agradecer e pedir graças Aquela que é a medianeira de todas as graças.






A igreja da Medalha Milagrosa fica na Rua Doutor Satamini 333 - Tijuca


Fonte: Site da igreja
Fotos: Panoramio