segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A Certidão de Nascimento de Braz de Pina

Anúncio de página inteira do jornal A Noite de 23 de junho de 1928 sobre o início das vendas do lote Villa Guanabara, em Brás de Pina. A região continua com o mesmo formato atualmente, tendo em sua praça central o Brás de Pina Country Clube.

Fonte Face/jornais antigos do rio de Janeiro

Interessante ver o desenho das casas, lembra muito algumas que ainda resistem. 
E assim nasceu Braz de Pina
 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Cidade Alta - Cordovil

Vale a pena conferir o livro Cidade Alta - História, memórias e estígma de favela num conjunto habitacional do Rio de Janeiro de autoria de Mario Brum
               
                               A cidade Alta com seus prédios coloridos em 1969

Sobre o livro:

Embora a palavra 'favela' forme imediatas imagens na mente dos moradores das grandes cidades, é difícil traduzir em palavras o que a constitui. Assim, através do estudo de caso do Conjunto Habitacional da Cidade Alta, localizado
em Cordovil, na zona Norte do Rio de Janeiro e surgido dentro do projeto de erradicação de favelas executado pela CHISAM nas décadas de 1960/70 para abrigar moradores removidos de favelas, e o complexo formado a partir deste, estudaremos a permanência e a re-significação do estigma de favela, bem como o programa de remoções. Trata-se ainda de discutir a construção histórica e social do termo favela a partir de uma localidade, em que usamos como fontes: jornais, documentos do Estado, relatórios de pesquisadores da época, além de depoimentos de autoridades do programa remocionista e moradores do complexo e suas visões sobre as remoções e sobreo que é uma favela. Percebemos em muitos depoimentos a visão da favela de origem como um local de desordem e precariedade, e que a ida para o conjunto, no fim da década de 1960, figura como uma ‘melhora’, pois o conjunto habitacional em seu início é relatado como local da ordem e da ‘beleza’, posteriormente tendo se tornado uma favela, por uma ‘descaracterização’ das construções e principalmente, pela intensificação da violência cotidiana. Assim, vemos através dos depoimentos dos moradores que o termo favela pôde adquirir variados significados ao longo da sua trajetória, embora os significantes sejam os mesmos desde o seu surgimento.
 
                                                                   Praia do Pinto - Leblon
Com a destruição da favela, as famílias eram levadas/removidas para os conjuntos pelos caminhões do antigo DLU (Depto de Limpeza Urbana, hoje Comlurb).



A pintura acima, que ilustra a capa, mostra a Feira da Rua do Poço, que acontece aos domingos, na visão de Élcio Silva Sobrinho, artista local.



"As Teses do Doutor Favela"

Materia da Revista Veja Rio de 07/11/2012 de Lula Branco Martins. 

Quando se diz que o historiador Mario Brum tem mestrado e doutorado em pobreza, isso não é força de expressão. Há dez anos se debruça sobre o tema, e lança agora Cidade Alta, pela Ponteio. O texto foca a criação, em 1969, de um conjunto de prédios no subúrbio de Cordovil para abrigar a população removida de morros da Zona Sul. O autor discute os elementos que formam o discurso dos que afirmam que o lugar acabou virando uma nova favela, e que seus moradores são, também eles, “favelados”. 

O livro está sendo vendido pela internet no site: 
 http://www.lojasingular.com.br/cidade-alta_9788564116207.html

Fontes: 
Facebook do autor do livro
Revista Veja Rio
As fotos divulgadas no facebook do autor 


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Os Meninos da Mangueira



A dupla Rildo Hora-Sérgio Cabral já havia criado um razoável repertório, com alguns sucessos como “Visgo de Jaca” e “Janelas Azuis”, quando Sérgio propôs ao parceiro escreverem um samba em homenagem à Mangueira. A idéia era prestar uma homenagem diferente, focalizando, por exemplo, os meninos do lugar. Assim nasceria “Os Meninos da Mangueira”, com Sérgio fazendo a letra sobre uma bela composição de Rildo, um samba de verdade, sincopado, malemolente, sentimental, mas de estribilho vibrante, sacudido.

E como o letrista é também historiador, homenageia passado e presente da Mangueira, descrevendo com graça e concisão os atributos de cada um dos personagens enumerados (“Carlos Cachaça, o menestrel / Mestre Cartola, o bacharel / Seu Delegado, um dançarino...”), juntando-os no final aos meninos que representam o futuro da Escola: “E a velha guarda se une / aos meninos lá na passarela / abram alas que vem ela / a Mangueira toda bela...”

"Os Meninos da Mangueira” foi lançado por Ataulfo Alves Júnior, num compacto, recebendo, ainda em 1976, mais doze gravações, entre as quais as de Jair Rodrigues e Eliana Pittman. A boa gravação de Ataulfo mostra na abertura uma sutileza do arranjador Rildo Hora: o som forte, grave, encorpado de um violão, que, revela Sérgio Cabral, “é na realidade o som dobrado de um violoncelo e um violão” 
 
Fonte: 
Livro - A Canção no Tempo volume 2 de Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello  Editora 34.
 
 
Um menino da mangueira
Recebeu pelo natal
Um pandeiro e uma cuíca
Que lhe deu papai noel
Um mulato sarará
Primo-irmão de dona zica
E o menino da mangueira
Foi correndo organizar
Uma linda bateria
Carnaval já vem chegando
E tem gente batucando
São meninos da mangueira
Carlos cachaça, o menestrel
Mestre cartola, o bacharel
Seu delegado, um dançarino,
Faz coisas que aprendeu
Com marcelino

E a velha guarda se une
Aos meninos lá na passarela
Abram alas que vem ela
A mangueira toda bela
 
Um menino da mangueira
Recebeu pelo natal
Um pandeiro e uma cuíca
Que lhe deu papai noel
Um mulato sarará
Primo-irmão de dona zica
 
Ô pandeirinho, cadê xangô
Ô preto rico, chama o sinhô
E dona neuma maravilhosa
É a primeira mulher da verde-rosa
 
E onde é que se juntam
O passado, o futuro e o presente
Onde o samba é permanente
Na mangueira minha gente 
 
 
Um Coração Suburbano presta tributo a Delegado, eterno mestre sala da Mangueira, falecido no dia de hoje.