quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Cidade Alta - Cordovil

Vale a pena conferir o livro Cidade Alta - História, memórias e estígma de favela num conjunto habitacional do Rio de Janeiro de autoria de Mario Brum
               
                               A cidade Alta com seus prédios coloridos em 1969

Sobre o livro:

Embora a palavra 'favela' forme imediatas imagens na mente dos moradores das grandes cidades, é difícil traduzir em palavras o que a constitui. Assim, através do estudo de caso do Conjunto Habitacional da Cidade Alta, localizado
em Cordovil, na zona Norte do Rio de Janeiro e surgido dentro do projeto de erradicação de favelas executado pela CHISAM nas décadas de 1960/70 para abrigar moradores removidos de favelas, e o complexo formado a partir deste, estudaremos a permanência e a re-significação do estigma de favela, bem como o programa de remoções. Trata-se ainda de discutir a construção histórica e social do termo favela a partir de uma localidade, em que usamos como fontes: jornais, documentos do Estado, relatórios de pesquisadores da época, além de depoimentos de autoridades do programa remocionista e moradores do complexo e suas visões sobre as remoções e sobreo que é uma favela. Percebemos em muitos depoimentos a visão da favela de origem como um local de desordem e precariedade, e que a ida para o conjunto, no fim da década de 1960, figura como uma ‘melhora’, pois o conjunto habitacional em seu início é relatado como local da ordem e da ‘beleza’, posteriormente tendo se tornado uma favela, por uma ‘descaracterização’ das construções e principalmente, pela intensificação da violência cotidiana. Assim, vemos através dos depoimentos dos moradores que o termo favela pôde adquirir variados significados ao longo da sua trajetória, embora os significantes sejam os mesmos desde o seu surgimento.
 
                                                                   Praia do Pinto - Leblon
Com a destruição da favela, as famílias eram levadas/removidas para os conjuntos pelos caminhões do antigo DLU (Depto de Limpeza Urbana, hoje Comlurb).



A pintura acima, que ilustra a capa, mostra a Feira da Rua do Poço, que acontece aos domingos, na visão de Élcio Silva Sobrinho, artista local.



"As Teses do Doutor Favela"

Materia da Revista Veja Rio de 07/11/2012 de Lula Branco Martins. 

Quando se diz que o historiador Mario Brum tem mestrado e doutorado em pobreza, isso não é força de expressão. Há dez anos se debruça sobre o tema, e lança agora Cidade Alta, pela Ponteio. O texto foca a criação, em 1969, de um conjunto de prédios no subúrbio de Cordovil para abrigar a população removida de morros da Zona Sul. O autor discute os elementos que formam o discurso dos que afirmam que o lugar acabou virando uma nova favela, e que seus moradores são, também eles, “favelados”. 

O livro está sendo vendido pela internet no site: 
 http://www.lojasingular.com.br/cidade-alta_9788564116207.html

Fontes: 
Facebook do autor do livro
Revista Veja Rio
As fotos divulgadas no facebook do autor 


3 comentários:

  1. Remoção de favelas/comunidades são um “problema” até hoje, até porque sempre aparece algum demagogo travestido de “progressista” e “defensor os oprimidos”.
    Tenho 41 anos e, obviamente, não votei no Lacerda. Mesmo que tivesse vivido essa época, por certo, também não teria votado nele, pelo meu perfil; mas criticam sua(s) remoção(ões), por ser ele ser de direita. Enquanto o dom Helder Câmara, queridinho das esquerdas, é elogiado por seu projeto da Cruzada São Sebastião.
    Gostem ou não, os apartamentos de Cordovil (é verdade que estão bem deteriorados) dão de 10x0 nas palafitas da Praia do Pinto. Trata-se de questão de saneamento básico (o que as palafitas da Lagoa não tinham) e, mormente, de DIGNIDADE.
    Hoje, quem mora nas tão criticadas Cidade de Deus ou Vila Kennedy não troca seus imóveis ali por nada.
    O resto não é ser progressista: é demagogia.

    ResponderExcluir
  2. Se dão de 10 a zero nas palafitas da tal praia do pinto porque nao te-lo construído lá mesmo?

    ResponderExcluir
  3. A questão é diminuir os pobres da zona sul.Pobre, ferrado e lascado morando de frente para a praia o governo e a burguesia nunca vão aceitar.Pobre na zona sul só se for para trabalhar p/eles.Os moradores das outras favelas estão dando sorte de não serem removidos lá p/onde Judas perdeu as botas.

    ResponderExcluir