A Zona Norte tem mesmo muita historia. A gente anda pra la e pra ca e muitas vezes olha e não enxerga. Hoje ao passar pela Av Dom Helder Câmara notei uma imensa casa antiga, quase em ruínas, que fica numa elevação. Tinha uma placa com o nome: Capão do Bispo. Já tinha ouvido falar, pesquisando descobri a importancia daquele lugar. Fica próximo ao Norte Shoping, em Del Castilho.
Na realidade ela é o que sobrou de uma imensa fazenda que existia ali.
A Historia
Capão do Bispo é uma das mais antigas propriedades rurais do Estado do
Rio de Janeiro e sua casa, sede da fazenda, é o que sobrou da sesmaria
doada por Estácio de Sá aos Jesuítas e a concessão, confirmada pela
Corte de Lisboa em 10 de julho de 1565. Abrangia as freguesias de
Inhaúma, Engenho Velho, Engenho Novo e São Cristóvão.
Com uma área de duas léguas de testada e duas de fundo (13.200 m X 13.200 m) começava no Vale do Catumbi, junto ao Rio dos Coqueiros, antigamente chamado Iguassu e hoje Rio Comprido, servia como divisa natural desde a nascente até desaguar no mangue da Cidade Nova, seguindo pelo litoral, atravessando a bica dos Marinheiro, São Cristóvão e Benfica até a Tapera de Inhaúma, rumo noroeste para o sertão, rumo sudoeste nas áreas férteis e saudáveis dos terrenos do Engenho Velho, Andaraí e Engenho Novo entre outros.
Em 1684 o Padre Custódio Coelho era o responsável pela freguesia de Inhaúma, que a passou para o Vigário Geral Clemente Martins de Mattos. A área era limitada pelos morros do Pedregulho e do Telégrafo ao sul. Pela Serra da Misericórdia e litoral do canal de Benfica, os atuais bairros do Engenho Novo, Méier e Inhaúma, ao norte.
A fazenda ficava na planície suburbana com diversos vales ligeiramente acidentados por baixas colinas, próximos ao Rio Jacaré, Faria e Timbó, foi confiscada dos Jesuítas em 1759 e passaram à Coroa e leiloada a partir de 1761, quando um dos compradores foi o Bispo D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas de Castelo Branco, onde ergueu a casa grande da fazenda num capão (porção de mato isolado no meio do campo) sobre um outeiro de 20 m de altura. Depois uniu-se a fazenda de Sant’ana, um engenho que pertencera a Brás de Pina , segundo Pizarro.
O Bispo morreu em 28 de janeiro de 1805 quando a propriedade passou ao seu sobrinho Jacinto Mascarenhas Furtado de Mendonça. De 1862 a 1868 a casa grande foi aforada por escritura a Joaquim José Palhares Malafaia e a Domingos José de Abreu. Em 1914, vendida a Francisca Carolina de Mendonça Ziéze e depois a Joaquim Alves Maurício de Oliveira, dono até 1929, passando à Clara Ziéze de Oliveira.
Há 18 de setembro de 1937 passou para Simão Daim e em 1947 estava em nome de Jacob Armin Frey. Esses levantamentos foram feitos por Noronha Santos.
Em 30 de agosto de 1947 foi tombada pelo IPHAN, com Florentino M. Guimarães responsável pelo canteiro de obras e coordenando o levantamento arquitetônico. Desapropriada em 1961 passando ao governo do Estado da Guanabara, sendo a emissão de posse dada em 1969. Nas décadas de 50 e 60 foi invadida por 30 famílias que fizeram do patrimônio histórico, uma cabeça – de - porco chegando a estar ameaçada de desabar. (JB, Domingo, 16/01/66 - primeiro caderno). Edgard Jacinto da Silva, arquiteto do IPHAN fez um trabalho de restauração na sede que durou dois anos, de 1973 até 1975, custando NCr$ 195.000,00 e instalado um Museu Rural e Centro de Estudos Arqueológicos.
Com uma área de duas léguas de testada e duas de fundo (13.200 m X 13.200 m) começava no Vale do Catumbi, junto ao Rio dos Coqueiros, antigamente chamado Iguassu e hoje Rio Comprido, servia como divisa natural desde a nascente até desaguar no mangue da Cidade Nova, seguindo pelo litoral, atravessando a bica dos Marinheiro, São Cristóvão e Benfica até a Tapera de Inhaúma, rumo noroeste para o sertão, rumo sudoeste nas áreas férteis e saudáveis dos terrenos do Engenho Velho, Andaraí e Engenho Novo entre outros.
Em 1684 o Padre Custódio Coelho era o responsável pela freguesia de Inhaúma, que a passou para o Vigário Geral Clemente Martins de Mattos. A área era limitada pelos morros do Pedregulho e do Telégrafo ao sul. Pela Serra da Misericórdia e litoral do canal de Benfica, os atuais bairros do Engenho Novo, Méier e Inhaúma, ao norte.
A fazenda ficava na planície suburbana com diversos vales ligeiramente acidentados por baixas colinas, próximos ao Rio Jacaré, Faria e Timbó, foi confiscada dos Jesuítas em 1759 e passaram à Coroa e leiloada a partir de 1761, quando um dos compradores foi o Bispo D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas de Castelo Branco, onde ergueu a casa grande da fazenda num capão (porção de mato isolado no meio do campo) sobre um outeiro de 20 m de altura. Depois uniu-se a fazenda de Sant’ana, um engenho que pertencera a Brás de Pina , segundo Pizarro.
O Bispo morreu em 28 de janeiro de 1805 quando a propriedade passou ao seu sobrinho Jacinto Mascarenhas Furtado de Mendonça. De 1862 a 1868 a casa grande foi aforada por escritura a Joaquim José Palhares Malafaia e a Domingos José de Abreu. Em 1914, vendida a Francisca Carolina de Mendonça Ziéze e depois a Joaquim Alves Maurício de Oliveira, dono até 1929, passando à Clara Ziéze de Oliveira.
Há 18 de setembro de 1937 passou para Simão Daim e em 1947 estava em nome de Jacob Armin Frey. Esses levantamentos foram feitos por Noronha Santos.
Em 30 de agosto de 1947 foi tombada pelo IPHAN, com Florentino M. Guimarães responsável pelo canteiro de obras e coordenando o levantamento arquitetônico. Desapropriada em 1961 passando ao governo do Estado da Guanabara, sendo a emissão de posse dada em 1969. Nas décadas de 50 e 60 foi invadida por 30 famílias que fizeram do patrimônio histórico, uma cabeça – de - porco chegando a estar ameaçada de desabar. (JB, Domingo, 16/01/66 - primeiro caderno). Edgard Jacinto da Silva, arquiteto do IPHAN fez um trabalho de restauração na sede que durou dois anos, de 1973 até 1975, custando NCr$ 195.000,00 e instalado um Museu Rural e Centro de Estudos Arqueológicos.
Avenida Dom Hélder Câmara, 4616, Del Castilho, próximo à estação do metrô.
Tão perto de nós e nunca reparei. Já devo ter passado em frente dezenas de vezes.
ResponderExcluirPASSEI POR LÁ HOJE. SEMPRE PERCEBO.
ResponderExcluirTentei fotografar a noite e não consegui
ResponderExcluirEsta abandonada !!
ResponderExcluirPoxa não damos valor ao nosso passado talvez por este motivo não valorizamos o presente é não honremos o futuro ,
ResponderExcluirNo dia de hoje está havendo uma manifestação em prol da restauração desse monumento histórico.
ResponderExcluirDe fato, o prédio necessita uma obra. Algumas janelas laterais já estão despojadas.
maravilha!! Primeiras fotos que vi foi por aqui... são de quem as fotos???
ResponderExcluirVc sabe dizer sobre os sesmeiros nessa região , quem foi Apolinário Pereira Cabral. Ele tbm tinha essas sesmarias. Pode pfv me orientar numa literatura? Grata!
ResponderExcluirEra irmão de meu septo-avô João Pereira Cabral, que morava no Morro do Castelo, na Chácara da Praia de Santa Luzia, que recebeu por dote de casamento em 23/fev/1712, com Beatriz Antonia da Cruz.
ExcluirPow ela tem um quintal enorme mais está no mato e da responsabilidade da prefeitura ou do estado .
ResponderExcluirGostaria de saber vou pedir pra eu tomar conta de lá
ResponderExcluirPatrimônio histórico abandonando todo dia passo observo..
ResponderExcluirEles querem mas que acabe em ruim as pra construirem
E lógico que irão deixar acabar pra construir aranha céus. Irão apagar essa história por ambição 😡
ResponderExcluirO responsável entra encontro comigo e vamos conversar que irei deixar aquele terreno limpo
ResponderExcluirA área foi totalmente favelizada.
ResponderExcluirHoje março de 2024 continua abandonado é uma pena a história sumindo sem muita gente nem saber o quê era li
ResponderExcluirNinguém comenta que lá existiam correntes em alguns setores de possível senzala...só ouvi a parte bonita dos antigos proprietarios
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