O
Rio de Janeiro de modo particular foi sempre, desde a conquista do
Brasil pelos portugueses, uma preciosidade natural cobiçada pelos
europeus, em especial os franceses. Desde a invasão de Villegaignon, em
1555, com a tentativa de fundar em solo carioca a Franca Antártica, a
cidade do Rio de Janeiro, ao longo da entrada e orlas da Baía de
Guanabara, foi fortificada com defesas expressivas e, algumas de grande
porte, como os fortes de Santa Cruz, da Lage, de São João, de São
Thiago, de Graquatá, etc.
Após a invasão do Rio de Janeiro pelos corsários franceses
Jean Francois Duclerc, em 1710 e Duguay-Trouin, este que, em 1711
traumatizou a população, foi que os governadores começaram a se
preocupar com a fortificação da cidade pelo seu interior.
Em 1710, Duclerc, não conseguindo invadir o Rio, adentrando à
Baia de Guanabara, dada a pronta resistência das baterias dos seus
fortes, retrocedeu e foi desembarcar em Guaratiba. Daí marchou, quase
sem atropelo, até ao centro da cidade onde, finalmente foi derrotado,
preso e, posteriormente morto, graças á resistência da própria
população, e dos soldados (cf. Fragoso, 2004).
O Terceiro Vice-Rei do Brasil, Marquês do Lavradio
(1769-1779), deu início à construção de fortes, fortins e baterias,
começando por Guaratiba e Sepetiba. Em 1775, por exemplo, foi
construído o Fortim de Sernambetiba (Pontal de Sernambetiba), com duas
baterias. Em seguida ergueu o Fortim de Itapoã, em Jacarepaguá e outros
na Barra da Tijuca, no desfiladeiro da Serra do Matheus e no percurso
Grajaú-Jacarepaguá (cf. Souza, 1885)
Logo no início do Iº Reinado foi construído o Forte de N. S.
da Glória do Campinho. Dele nos fala e ilustra até com um desenho, a
viajante e inglesa Maria Graham em seu “Diário de Viagem”(1956), quando
de passagem, numa viagem de retorno a Santa Cruz, em 1821. O forte
estava então começando a ser construído. Diz ela, no dia 23 de agosto,
um bonito sábado de 1821: “... tivemos ensejo de admirar o
campo em torno do Campinho, ... distinguindo-se por um novo forte de
barro, agora em construção, num outeiro isolado que domina a estrada para a capital, através de morros e da planície.”
E, justificando a sua construção:
“A falta de um tal ponto de defesa foi sentida
quando Duclerc desembarcou na Baía de Angra dos Reis, no começo do
último século e marchou, sem parar, para a cidade”.
Sobre o Forte de Campinho, o historiador Coronel Augusto Fausto de Souza registrou, em 1885:
“Na estrada Geral de Santa Cruz, a 11 milhas da
cidade, sobre uma colina, próxima ao cruzamento das estradas do
Campo-Grande e de Jacarepaguá, foi construído, em 1822, o Forte de N.S.
da Glória, armado com 9 bocas de fogo, e auxiliado por outras
assestadas nas montanhas fronteiras, dominando essas estradas e a de
Irajá, onde é hoje o Largo do Madureira. Posição estratégica de valor
por estar entre
um contraforte da Serra do Andarahy e as montanhas de Irajá, em uma
espécie de desfiladeiro, dominando as duas estradas e servindo de
guarda avançada deste lado da cidade, foram, tanto o forte como as
baterias auxiliares desarmadas em 1831, sendo, no lugar do forte,
estabelecido, desde 1852, o Laboratório Pirotécnico do Exército.”
Portanto, este forte funcionou de 1822 a 1831, quando foi desarmado,
juntamente com as baterias assestadas nos morros ao seu redor. Em 1852,
ele foi transformado em Imperial Laboratório Pirotécnico do Exército.
No Arquivo do Ministério da Guerra (AHEx) foi encontrado um “Mapa do
Terreno ocupado pelo Laboratório de Campinho”, datado de 1867, no qual
está representado o terreno, sem indicação de edificações, mostra as
diversas chácaras da época, assinalando várias construções, a indicação
de um cemitério e ruas já existentes naquela época: as atuais ruas
Maria Lopes e Domingos Lopes.
Na Biblioteca Nacional encontram-se duas plantas: uma do forte
em pontas, que coincide com o desenho de Maria Graham e com a
descrição de Augusto Fausto de Souza (“9 bocas de fogo”) e outra do
Forte e dos terrenos ao seu redor, posicionados em relação à Estrada
Real, atual Av. Ernani Cardoso. Ambas as plantas estão assinadas pelo
projetista prussiano e engenheiro militar Rudolph Waehneldt, o mesmo
que assina os projetos dos edifícios do Laboratório, em 1851.
No
Arquivo do Exército há plantas baixas e de fachadas dos edifícios,
datados de 1851, portanto, no início da transformação do forte em
Imperial Laboratório Pirotécnico. Grande coincidência e muito curioso é
a planta baixa da Fábrica de Espoletas: um edifício medindo mais ou
menos 36 metros de comprimento por 7 de largura, que o próprio Rudolph
projetou e indicou sobre a Planta do Forte do Campinho, por ele
reproduzida, com certeza a partir de alguma original. Ele também
poderia ter feito uma nova planta, baseado no forte ainda existente. A
planta está legendada em alemão e com escala em palmos. Este edifício
está localizado no topo do antigo forte, e coincide com a atual ala
existente denominada “Recanto 3º Esquadrão”, cujas paredes externas
medem aproximadamente 60 cm de espessura. Paralelo a este edifício, com
afastamento de uns 14 metros, formando um pátio interno, foi
construído uma outra ala mais recente com as mesmas dimensões, porém,
com paredes de espessura menor. As duas alas se interligam numa
extremidade com um edifício, que seria uma antiga entrada desta
unidade, dando ao conjunto a aparência de um portal. Outro edifício
existente, parecido com a antiga Forja - a ser confirmado - faz parte
do conjunto dos refeitórios e cozinha.
Depois da fase de Imperial Laboratório Pirotécnico e, mais
tarde, já na República, simplesmente Laboratório Pirotécnico do
Exército, que terminou no início do século XX, o local passou a sediar:
o Quartel do Regimento Moto – Mecanizado, o Núcleo da Companhia de
Comunicações da Divisão Blindada do Exército e outros regimentos.
Finalmente, a área do antigo Forte N. S. da Glória do Campinho foi
ocupada pelo 15º RC-Mec (Regimento de Cavalaria Mecanizada), até 2005,
quando foi permutada pelo Exército com uma empresa privada de São
Paulo.
Fonte:
http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/proj_forte_nsgloria_campinho.shtm
Sobre o forte vejamos o que diz o fotolog da Zona Norte -
http://fotolog.terra.com.br/znorte:387
Em 6/08/2010, às 23:01:47, Irajá disse: Na foto, em primeiro plano é uma porta d’armas que existiu um pouco mais atrás da que era do 15º Regimento de Reconhecimento Mecanizado, e que foi demolida junto com os pavilhões de alojamentos. Logo a seguir esta a escadaria do forte propriamente dito, e que ainda esta lá intacta, bem como os pavilhões que aparecem sobre a colina. Este conjunto encontra-se encoberto de visão da Av. Ernani Cardoso por arvores que foram plantadas na meia encosta muito tempo após a foto. É o conjunto arquitetônico na colina, por ser o verdadeiro forte, o objeto de tombamento, e em nada foi afetado pelo decreto de liberação de imóveis para a demolição por obras do T5. O Condomínio dos Girassóis que seria construído no entorno da colina foi embargado pelo Município. O tombamento do Forte de N. S. da Gloria esta em processo no IPHA, sendo portanto de ação Federal. Os imóveis liberados estavam em tombamento provisório, e ainda sem inscrição, no Município do Rio de Janeiro. Nenhuma ameaça há ao Forte a não ser que os incorporadores do Girassóis possam alcançar algum ganho de causa contra o embargo. É torcer para que a justiça confirme a decretação do embargo e a anulação do processo de venda do terreno. |
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Forte de Nossa Senhora da Gloria de Campinho
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Servi nesta comando em 1986, e passando agora aos 05/12/2018, senti grande tristeza ao ver o estado em que se encontra esta unidade. Uma pegunta fica no o por quê não reativar está unidade. Senhores façamos uma campanha para que este conjunto seja reativado. Senti em 1986 tristeza ao entrar na unidade porém ao me despedi senti grande tristeza e sinto ainda. Servi no 1° Esquadrão, comandado pelo então capitão Ramos e no 1° pelotão da unidade fiz bons amigos.
ResponderExcluirServi nesta comando em 1986, e passando agora aos 05/12/2018, senti grande tristeza ao ver o estado em que se encontra esta unidade. Uma pegunta fica no o por quê não reativar está unidade. Senhores façamos uma campanha para que este conjunto seja reativado. Senti em 1986 tristeza ao entrar na unidade porém ao me despedi senti grande tristeza e sinto ainda. Servi no 1° Esquadrão, comandado pelo então capitão Ramos e no 1° pelotão comandado pelo amigo 2° Tente Moraes desta unidade fiz bons amigos.
ResponderExcluirServi em 86 no 1 esquadrão 1 pelotão. Qual é seu nome de guerra.
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