Odette Vidal de Oliveira nasceu em Madureira em 15 de
setembro de 1930. Chamada carinhosamente pelos pais de Odetinha, lírio
de pureza e caridade, dotada de um amor extraordinário a Jesus
Eucarístico, ia à missa com sua mãe. Desde muito pequena, aos quatro
anos, já possuía colóquios íntimos com Jesus no Santíssimo Sacramento.
Tendo se mudado para o bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio, fez a sua
Primeira Comunhão no Colégio São Marcelo, da Paróquia Imaculada
Conceição, ao lado de sua casa, em 15 de agosto de 1937, aos sete anos
de idade. Desde então, ao receber a comunhão, dizia: “Oh meu Jesus,
vinde agora ao meu coração!” Seu confessor atestou sua fé viva,
confiança inabalável, intenso amor a Deus e ao próximo.
Demonstrou profunda caridade para com os pobres e a busca da santidade
de forma impressionante e extraordinária para uma criança tão nova.
Inserida de fato na causa de promoção dos mais carentes, gostava muito
de ajudá-los com obras concretas de misericórdia e atividades
caritativas semanais (sua mãe fazia uma feijoada aos sábados para os
pobres a seu pedido, e ela colocava seu avental e servia a todos
alegremente). Irradiou e inspirou uma imensa obra social, assumida com
seriedade pelos seus pais, tornando-os grandes apóstolos da caridade por
toda sua vida. Estes colaboraram efetivamente com muitos institutos
religiosos, salvando alguns da falência, além do trabalho com as
meninas órfãs (um pedido de Odetinha), até hoje administrados por
religiosas e voluntários.
Sua piedade explica o segredo de todo o bem que realizou com máxima
paciência, admirada por todos até o fim. A modéstia e o pudor foram um
grande sinal de uma alma pura e boa, nos divertimentos mais inocentes de
sua infância. Amava os lírios e rezava o terço diariamente, revelando,
assim, sua confiança total em Nossa Senhora. Queixava-se, ainda, pelo
fato de São José, que tanto trabalhou e sofreu por Jesus e Nossa
Senhora, ser tão pouco honrado.
Nos últimos 49 dias de sua vida sofreu dolorosa enfermidade – paratifo,
suportada com paciência cristã. No leito de dor, dizia: “Eu vos ofereço,
oh meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas missões e pelas
crianças pobres (cf. Ef. 5, 1-2)”. No dia de sua morte, ocorrida em 25
de novembro de 1939, Odetinha recebeu a Sagrada Comunhão às 7h30, e na
ação de graças disse: “Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo”.
Assim, serenamente, às 8h20, entregou sua alma inocente a Deus.
Ele escolhe tantas vezes os pequeninos para tornar mais evidente as
maravilhas de sua graça. “Foi arrebatada para que a malícia não lhe
mudasse o modo de pensar ou para que as aparências enganadoras não
seduzissem a sua alma” (Sb 4,11).
Seu túmulo situa-se na quadra 6, nº 850, no Cemitério São João Batista
(Botafogo). Até hoje é um dos mais visitados, sobretudo aos sábados e
domingos, por inúmeras pessoas que ali acorrem para agradecer
benefícios espirituais e temporais que atribuem à sua intercessão junto a
Deus. Sua biografia oficial, lançada no ano seguinte de sua morte pelo
padre Afonso Maria Germe, causou grande comoção na sociedade carioca.
RAPHAEL FREIRE
COLABORAÇÃO: MARCYLENE CAPPER E
PADRE JOÃO CLÁUDIO
PORTAL DA ARQUIDIOCESE DO RIO
O Globo edição on line
Ela nasceu em Madureira, no subúrbio do Rio, cresceu em Botafogo, na Zona Sul, e morreu aos 9 anos. Mas a procissão de devotos no túmulo da pequena Odette Vidal de Oliveira já se estende por mais de 70 anos. ‘Odetinha’, ou a ‘Santinha do São João Batista’, ou o ‘Lírio de Pureza e Caridade’ - títulos usados por católicos que eternizam a fé na menina - pode se tornar a primeira santa carioca. No entanto, a fama de milagreira da menina vai muito além do Rio de Janeiro. Em sua sepultura, no cemitério São João Batista, na Zona Sul, há homenagens feitas por fiéis do Piauí, de Pernambuco e do Paraná. O processo de canonização será lançado no dia 18 de janeiro de 2013, ano em que o Rio receberá milhões de católicos na Jornada Mundial da Juventude. No dia 20 de janeiro, os restos mortais de Odetinha seguirão na procissão de São Sebastião.
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