Não
é novidade para ninguém que o Estádio de São Januário faz parte da história
cultural, política e cívica do Brasil por ter sediado, além de partidas de
futebol, eventos como concertos do maestro Heitor Villa-Lobos, discursos do
presidente Getúlio Vargas e do líder comunista Luís Carlos Prestes e
treinamentos dos pracinhas brasileiros que lutaram na II Guerra Mundial.
Gustavo
Capanema, Getúlio Vargas e outros por ocasião do Desfile da Juventude
A entrada do Brasil na II Guerra Mundial em 1942 fez com que a população e as
autoridades se dividissem quanto à conveniência ou não da realização das
festividades carnavalescas. Para piorar, a Praça Onze, que sediava os desfiles,
havia sido demolida para a construção da recém-inaugurada Avenida Presidente
Vargas.
Por isso, São Januário, o maior estádio do Rio de Janeiro na época, dividiu com a Avenida Rio Branco o status de sede dos desfiles dos meados dos anos 40. A Colina Histórica abrigou o evento em duas oportunidades: a primeira em 24 janeiro de 1943, num desfile beneficente e não-competitivo organizado pela primeira-dama Darcy Vargas; e a segunda no desfile "oficial" do Carnaval de 1945, vencido pela Portela e que ficou marcado por um assassinato ocorrido dentro do estádio, durante uma briga entre integrantes de escolas rivais. A Avenida Rio Branco sediou as apresentações "oficiais" de 1943 e 1944.
Estudiosos da história das escolas de samba acreditam que um dos motivos pelos quais elas sejam extremamente populares nos dias de hoje tenha sido o fato de os desfiles não terem sido descontinuados nos anos 40, ao contrário do que ocorreu com outras agremiações carnavalescas da época como os ranchos e as grandes sociedades. Como estas, aliás, eram manifestações típicas das classes média e alta e as escolas de samba haviam sido criadas por pessoas pobres, moradoras dos morros, não é exagero dizer que, a exemplo do que aconteceu no futebol, o Vasco também no Carnaval deu sua contribuição para que integrantes das classes menos favorecidas pudessem assumir o papel de protagonistas do espetáculo.
A partir de 1946 os desfiles das escolas de samba passaram a acontecer na Avenida Presidente Vargas e, de 1978, na Rua Marquês de Sapucaí, onde são realizados até hoje. E o glorioso Estádio Vasco da Gama ainda hoje tem a honra de ser o único do Rio de Janeiro (e provavelmente do Brasil) a ter sediado desfiles de escola de samba.
Por isso, São Januário, o maior estádio do Rio de Janeiro na época, dividiu com a Avenida Rio Branco o status de sede dos desfiles dos meados dos anos 40. A Colina Histórica abrigou o evento em duas oportunidades: a primeira em 24 janeiro de 1943, num desfile beneficente e não-competitivo organizado pela primeira-dama Darcy Vargas; e a segunda no desfile "oficial" do Carnaval de 1945, vencido pela Portela e que ficou marcado por um assassinato ocorrido dentro do estádio, durante uma briga entre integrantes de escolas rivais. A Avenida Rio Branco sediou as apresentações "oficiais" de 1943 e 1944.
Estudiosos da história das escolas de samba acreditam que um dos motivos pelos quais elas sejam extremamente populares nos dias de hoje tenha sido o fato de os desfiles não terem sido descontinuados nos anos 40, ao contrário do que ocorreu com outras agremiações carnavalescas da época como os ranchos e as grandes sociedades. Como estas, aliás, eram manifestações típicas das classes média e alta e as escolas de samba haviam sido criadas por pessoas pobres, moradoras dos morros, não é exagero dizer que, a exemplo do que aconteceu no futebol, o Vasco também no Carnaval deu sua contribuição para que integrantes das classes menos favorecidas pudessem assumir o papel de protagonistas do espetáculo.
A partir de 1946 os desfiles das escolas de samba passaram a acontecer na Avenida Presidente Vargas e, de 1978, na Rua Marquês de Sapucaí, onde são realizados até hoje. E o glorioso Estádio Vasco da Gama ainda hoje tem a honra de ser o único do Rio de Janeiro (e provavelmente do Brasil) a ter sediado desfiles de escola de samba.
Desfile de 1943
O primeiro, não-competitivo, foi realizado em 24 de janeiro de 1943 em São Januário e promovido pela primeira-dama do país, D. Darcy Vargas, em benefício da cantina do soldado. Dez agremiações participaram, entre elas Azul e Branco, Unidos do Salgueiro e Depois eu Digo (três escolas que se fundiriam em 1953 para dar origem à Acadêmicos do Salgueiro), Mangueira (na época mais conhecida como "Estação Primeira"), Unidos da Tijuca, Império da Tijuca e a então bicampeã Portela. As escolas exibiram em sua maioria enredos que exaltavam o patriotismo.
O segundo desfile, competitivo, aconteceu na Avenida Rio Branco, no Carnaval, e teve como vencedora a Portela, que chegou ao tricampeonato.
O primeiro, não-competitivo, foi realizado em 24 de janeiro de 1943 em São Januário e promovido pela primeira-dama do país, D. Darcy Vargas, em benefício da cantina do soldado. Dez agremiações participaram, entre elas Azul e Branco, Unidos do Salgueiro e Depois eu Digo (três escolas que se fundiriam em 1953 para dar origem à Acadêmicos do Salgueiro), Mangueira (na época mais conhecida como "Estação Primeira"), Unidos da Tijuca, Império da Tijuca e a então bicampeã Portela. As escolas exibiram em sua maioria enredos que exaltavam o patriotismo.
O segundo desfile, competitivo, aconteceu na Avenida Rio Branco, no Carnaval, e teve como vencedora a Portela, que chegou ao tricampeonato.
Desfile de 1945
São Januário sediou o desfile oficial das escolas de samba em 1945. Uma briga entre integrantes de duas agremiações, que terminou em uma morte, não empanou o brilho do campeonato vencido mais uma vez pela Portela, que apresentou o enredo "Brasil Glorioso", com samba de autoria de Boaventura dos Santos, o Ventura. Na década de 40, aliás, a escola azul e branca era um verdadeiro "Expresso da Vitória" do samba: chegou ao heptacampeonato entre 1941 e 1947.
O livro "Escolas de Samba" dá o seguinte relato sobre o desfile de 1945:
"Em 1945 a guerra vivia seus momentos de definição e a tensão reinante era grande como nunca. Quase nada se sabe do Carnaval daquele ano, cujos festejos se reduziram mais ainda. As escolas desfilaram, mas não tiveram o direito de se exibir na avenida Rio Branco, cuja apresentação foi deslocada para o estádio do Vasco da Gama. Segundo Tupy (op. cit.: 106), a Portela alcançou o pentacampeonato com o samba "Brasil glorioso", de autoria de Jair Silva.
E mais uma vez a festa rolou em Oswaldo Cruz. A Portela era pentacampeã.
Era o sétimo título da Portela.
Samba-enredo de 1945, Brasil Glorioso
Compositor: Ventura
Ó meu Brasil glorioso
És belo, és forte, um colosso
É rico pela natureza
Eu nunca vi tanta beleza
Foi denominado terra de Santa Cruz
Ó pátria amada, terra adorada, terra de luz
Nessas mal traçadas rimas
Quero homenagear
Este meu torrão natal
És rico, és belo, és forte
E por isso és varonil
Ó pátria amada, terra adorada, viva o Brasil"
Infelizmente não existe material fotográfico desse desfile.
Fonte;
Netvasco
Site da Portela
Netvasco
Site da Portela
Quem poderia imaginar que um Estádio de futebol já foi palco de desfiles de escolas de samba? Hoje para isso é necessária uma estrutura gigantesca devido às proporções que o Carnaval tomou no Brasil inteiro. E tinha que ser no São Januário do nosso Vascão, né? Valeu!!!
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