Maria Gorda é um baobá - uma árvore que existe na Praia dos Tamoios, quase na esquina da Ladeira do Vicente. Ela é originária das savanas da África, e também existe em quantidade no asteróide B 612 de "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry...Ela é muito conhecida por aqui, não só por ser a maior representante do nosso reino vegetal e pela beleza das suas formas e das suas flores, mas também pela lenda que em torno dela se desenvolveu em Paquetá.
Maria Gorda é como os escravos chamavam Maria Apolinária da Nação Cabinda - uma mucama simpática e de sorriso largo, que trabalhava na casa de um rico comerciante português que morava na Ilha e que tinha muitos escravos.
Maria Apolinária não se conformava com a escravidão e principalmente com o que chamava de ingratidão dos seus senhores brancos, que moravam nas casas construídas pelos negros, andavam pelas ruas abertas pelos negros, comiam a comida plantada e preparada pelos negros, usufruíam do trabalho escravo realizado pelos negros... mas não mostravam sequer um ato de gratidão que marcasse a lembrança do trabalho africano por aqui...
E Maria Apolinária sempre dizia que marcaria essa história. Que quando morresse pediria aos seus orixás para que providenciassem uma forma qualquer de deixar enraizado na Ilha essa lembrança da África negra, que se não era reconhecida no nome das ruas, das praças, e dos monumentos, de alguma forma o seria pela própria Natureza de Paquetá.
E assim realmente aconteceu: numa manhã de primavera, a rede de Maria Apolinária na senzala da casa do seu dono português amanheceu vazia... e ninguém nunca mais viu Maria - a "Gorda"... mas alguém notou que nesse mesmo dia, em frente à casa onde morava Maria, apareceu um arbusto que nunca existira em Paquetá e, ainda mais, que ao contrário do que sempre ocorre, este era um exemplar solitário, diferente do que costuma acontecer no seu local de origem: as savanas da África.
E dizem que no mesmo dia em que Maria Apolinária morreu a Maria Gorda nasceu fincando assim raízes profundas da África em Paquetá.
O Baobá - Maria Gorda
Localização: Praia dos Tamoios em frente ao nº 425
Adorei a lenda que tomou a forma de um baobá, que eu achei que só existia no livro O pequeno príncipe. O baobá existe em Paquetá, como foi parar alí é que ninguém sabe,a mucama negra, o comerciante, a escravidão, também existiram, por isto não me parece uma lenda, mas sim o retrato de uma histporia real.
ResponderExcluirLenda ou não, os escravos contruiam, plantavam, faziam tudo e só os brancos levavam os méritos dos feitos daquela época. Gosto de pensar que esse baobá é a justa homenagem àquelas pessoas tão sofridas e martirizadas pelos seus "senhores".
ResponderExcluirPaquetá é muito bonita e cheia de historias, tem muitas outras que eu vou colocar aqui, pena que nunca irei lá, nem consigo me imaginar indo de barco. Já fui a Niteroi de barca uma vez indo e voltando, pra nunca mais. To esperando construirem uma ponte.
ResponderExcluirFui lá uma vez há uns 25 anos(abafa a idade)de aerobarco. Na ida fiquei no andar se baixo, quando começou a "voar", sim, porque a velocidade era absurda, eu só via a água batendo na escotilha. Na volta vim na parte de cima e foi menos tenso. Mas o passeio é muito bom, embora Paquetá esteja um pouco mal tratada.
ExcluirLuiz adorei seus escritos sobre o Baobá que fica em um lugar que eu amo! minha família é de lá.De vez em quando escrevo também sobre esta ilha linda!
ResponderExcluirLeia uma poesia minha sobre http://issuu.com/cbje/docs/brasilidades2livroeletronico/95
abraço wilma
Legal, Wilma gostei muito da poesia, continue visitando o blog.
ResponderExcluirA barca é maravilhosa e não dá medo . Vai tranquilo .Algumas tem ar condicionado. Só colocar colete se tiver medo
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