quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Foi um rio que passou em minha vida - Paulinho da Viola


Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar
Meu coração
Tem mania de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar...

Porém! Ai porém!
Há um caso diferente
Que marcou num breve tempo
Meu coração para sempre
Era dia de Carnaval
Carregava uma tristeza
Não pensava em novo amor
Quando alguém
Que não me lembro anunciou
Portela, Portela
O samba trazendo alvorada
Meu coração conquistou...
Ah! Minha Portela!
Quando vi você passar
Senti meu coração apressado
Todo o meu corpo tomado
Minha alegria voltar
Não posso definir
Aquele azul
Não era do céu
Nem era do mar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio
Que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar!


Essa música é a história da paixão pela Portela e uma resposta que Paulinho dá a ele mesmo, quando, por alguma desilusão, andou arrastando asas para a Mangueira, com "Sei lá Mangueira" (1969), em parceria com Hermínio Belo de Carvalho.
Paulinho leu o livro "Por onde andou meu coração", de Maria Helena Cardoso. Um livro que não fala de carnaval muito menos da Portela, mas que possui a seguinte frase:
"Se um dia meu coração for consultado"...
Esse acabou sendo o verso inicial daquele que seria o maior sucesso do cantor.  Um clássico que figura em qualquer coletânea dos maiores sambas de todos os tempos.  
"Foi um Rio Que Passou em Minha Vida" foi uma oportunidade de reatar com o antigo amor, ciumenta que não admitia flertes com outras musas.


 
                        Compacto Duplo lançado no final de 1969

 

O Samba da Discordia

Sei La Mangueira


 (Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho)


Mangueira
Teu cenário é uma beleza
Que a natureza criou...

Vista assim do alto

Mais parece um céu no chão
Sei lá
Em Mangueira a poesia
Feito um mar se alastrou
E a beleza do lugar
Pra se entender
Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar
Sei lá, não sei
Sei lá,  não sei

Não sei se toda a beleza

De que lhes falo
Sai tão somente do meu coração
Em Mangueira a poesia
Num sobe-desce constante
Anda descalça ensinando
Um modo novo da gente viver
De pensar e sonhar, de sofrer
Sei lá não sei
Sei lá não sei não
A Mangueira é tão grande
Que nem cabe explicação




 
Fontes;
Vagalume
Revista Roling Stones





Um comentário:

  1. Muito bom saber dessas histórias que renderam grandes canções, letras lindíssimas. Às vésperas do carnaval fica ainda mais interessante.

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